Prezados Associados,
A proteína é um sólido do leite que temos poucas condições de manipulação do ponto de vista nutricional comparado com a gordura. Mas existe a possibilidade de manipulação! Modificações a curto prazo podem ser conseguidas desde que tenhamos condições operacionais e econômicas para implementá-las. Modificações na qualidade do volumoso, adequado balanceamento de proteína degradável e não degradável no rúmen (PDR e PNDR), fibra efetiva na dieta nas concentrações adequadas, adequada fermentabilidade de carboidratos na dieta são fatores que influenciam o teor de proteína do leite a curto prazo. A genética sem dúvida tem um peso importante, mas é uma alternativa de médio/longo prazo.
Uma ferramenta que permite aos técnicos e produtores verificar como está à dieta do rebanho em relação à adequação da proteína bruta é á análise de nitrogênio uréico no leite (NUL). A análise do NUL pode ser realizada no leite do tanque de expansão com o objetivo de avaliar de maneira geral a nutrição proteica do rebanho. Valores esperados estão entre 8 mg/dl a 14 mg/dl.
O teor de proteína bruta na dieta é o fator com maior relação com NUL. Altas concentrações de NUL indicam um excesso geral de nitrogênio em relação a um determinado nível de produção de vacas e o contrário, baixas concentrações, indicam uma falta de nitrogênio.
Aumentar alimentos proteicos na dieta, ficando estes em excesso, pode ser negativo em vários pontos:
· Econômico: a dieta fica mais cara. Os farelos proteicos são mais caros que os concentrados energéticos. E o excesso não aumenta leite nem teor de proteína;
· O excesso de proteína deve ser excretado pela vaca. Isso possui um custo energético para o animal. Ela direciona energia que poderia ser utilizada para a produção de leite para a excreção desse excesso de nitrogênio;
· O excesso de proteína pode interferir na eficiência reprodutiva do animal. O excesso de proteína na dieta está relacionado à diminuição do pH uterino e ovócitos de pior qualidade, dois fatores que diminuem as chances da vaca ficar prenha.
Por outro lado, a falta de proteína na dieta pode também limitar a produção de leite pela diminuição de precursores para a síntese do leite na glândula mamária.
Carlos Matheus Arantes Pereira
Técnico Agrícola
FONTE : rehagro.com.br
Fonte: Internet