A realidade sobre a vida produtiva

A realidade sobre a vida produtiva

14/10/2014



Prezados Associados,
 

No dia a dia de cada produtor de leite, o ideal seria um rebanho de vacas que produzem, de forma eficiente, grandes volumes de leite, durante várias lactações, sem problemas de transição, doenças metabólicas, problemas de saúde no úbere ou defeitos de conformação que levam a um descarte precoce do rebanho.

Práticas de manejo e os efeitos ambientais, certamente, têm um enorme impacto sobre o tempo que uma vaca pode ser considerada produtiva. Vacas deixam o rebanho por diferentes razões, que podem ser voluntárias ou involuntárias, incluindo, entre outras: questões reprodutivas, baixa produção, mastite e claudicação. Indiferente ao motivo, algumas vacas permanecem e algumas vacas saem. Então,

precisamos questionar se podemos usar a genética para prever quando e quais vacas vão deixar o rebanho.

O que é PL?

A habilidade prevista de transmissão (PTA) para a vida produtiva (PL) vem sendo publicada para todas as raças, desde 1994. Pesquisas, aprimoramento e ajustes, desde então, têm melhorado a acurácia da característica.

A vida produtiva (PL), atualmente, é expressa pela previsão de, quantos meses a mais do que suas contemporâneas, uma vaca se mantém dentro de um rebanho. Por não termos um valor exato para a longevidade de uma vaca até que ela morra, outras características correlacionadas, como taxa de prenhez das filhas, habilidade de parto, escore de células somáticas, características de produção e composto de úbere, são usadas para fazer previsões de PL iniciais e mais confiáveis possíveis, antes que todas as filhas de um touro sejam descartadas.

No mercado, PL é frequentemente associada com vacas velhas. Muitos produtores reconhecem que, quando vacas de descarte bem condicionadas valem quase o mesmo que uma novilha, então descartar mais vacas não é uma decisão antieconômica. Na verdade, isso pode proporcionar uma grande oportunidade para aperfeiçoar o rebanho, uma vez que vacas acima da média raramente são descartadas.

Os números reais

Olhando para os dados reais, trona-se claro que PL é uma medida verdadeira para longevidade de uma vaca. A análise do perfil de rebanhos dos EUA ajudou a determinar se as previsões genéticas para PL conferem com a longevidade real de um rebanho.

Primeiramente, todas as filhas dos dez melhores touros do mercado para PL, que apresentaram média de 6,2, foram separadas em um grupo, e todas as filhas dos dez piores touros do mercado, com média de -4,3 foram separadas em outro grupo. Uma comparação, mostrando a porcentagem de filhas remanescentes do rebanho, de cada grupo, no meio e no fim das suas primeiras quatro lactações, é mostrada no gráfico a seguir. Podemos ver, nitidamente, que, ao final de duas lactações, aqueles que utilizaram touros de alta PL necessitam de 18% menos reposições para  manter o tamanho do rebanho do que aqueles que utilizaram touros de baixa PL em seu programa de melhoramento.



 

Será que notarei alguma diferença em PL no meu rebanho?

Muitos fatores individuais do rebanho indicam quanto tempo uma vaca vai durar. Problemas de vacas recém-paridas, como torção de abomaso, cetose e retenção e placenta, bem como claudicação ou mastite, são causas possíveis para descarte precoce, e são todos casos relacionados com a PL. Esses eventos, não só tem um impacto direto sobre a longevidade em geral, mas também possuem um custo direto associado com o tratamento e o leite perdido. A verdadeira questão não é, necessariamente, se PL sempre faz vacas durarem mais, mas se elas se tornam mais saudáveis e mais produtivas enquanto no rebanho.

 



Na análise de um rebanho de 2000 vacas, todas foram ordenadas em quartis, com base na média de parentesco para PL. O grupo de PL alto teve média de 4,1PL e o grupo de baixa teve média de -1,4PL. Como mostra a tabela abaixo, um menor número de animais do grupo de PL alto teve problemas no pós-parto, casos de claudicação e mastite, resultando em menos vacas vendidas e mortas, embora houvesse mais vacas recém-paridas dentro deste grupo.



Aqui, a correlação entre PL e saúde do rebanho é evidente. Embora, esses eventos isoladamente não tenham um impacto direto sobre o PL real de um touro, é nítido que o PL superior leva ao aumento da eficiência através de vacas mais saudáveis e um menor custo veterinário.

Apesar de PL, certamente, não ser a única característica a se considera na determinação de um programa de melhoramento, para decidir sobre quais características focar, existem algumas coisas que temos que lembrar:

1.     Maior vida produtiva nos leva claramente a vacas produzindo por mais tempo no rebanho, o que significa que um menor número de reposições será necessário para manter equilibrado o rebanho.

2.     Aumento da PL tem uma correlação direta com uma menor incidência de problemas pós-parto, claudicação e mastite, todas as questões que afetam a lucratividade do rebanho.

3.     A economia leiteira de hoje, nos EUA, não favorece pesar demais nos PL. No entanto, é altamente improvável que as condições econômicas permanecerão as mesmas nos próximos 4-5 anos, que será quando as fêmeas resultantes das atuais decisões de melhoramento estarão completando a primeira lactação. E aí serão colhidos os reais benefícios no uso de touros com alto PL.

4.     Considerar PL em um bem elaborado plano genético ajudará na longevidade produtiva e no aumento da eficiência econômica dentro do rebanho.


FONTE : rehagro.com.br

ESCRITOR: Fábio N. Fogaça

Gustavo Rodrigues A. Oliveira
Técnico Agrícola - ABCGIL



Foto: Carlos Lopes


 

 



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